Reajuste do Bolsa Família está fora dos planos, diz Ministro Haddad
Governo prepara ações para reduzir déficit e garantir responsabilidade fiscal

Reajuste do Bolsa Família está fora dos planos, diz Ministro Haddad | O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta semana que irá apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima semana, um conjunto de medidas pontuais voltadas para o cumprimento da meta fiscal de 2025. O anúncio ocorre em meio a rumores sobre possíveis medidas populistas, como aumento no valor do Bolsa Família, que o ministro fez questão de desmentir.
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Segundo Haddad, não há qualquer pacote de estímulo em preparação com foco em elevar a popularidade do governo. O foco é puramente técnico e voltado à sustentabilidade fiscal do país.

Medidas visam corrigir gargalos e evitar aumento do déficit
De acordo com o ministro, as ações que serão levadas ao presidente têm como objetivo corrigir gargalos que afetam diretamente as receitas e despesas do governo federal. Ele reforçou que essas propostas não se comparam ao pacote fiscal lançado no fim do ano ado e destacou:
“Não dá nem para chamar de pacote, porque são medidas pontuais.”
Essas intervenções pontuais estão sendo planejadas com o objetivo de garantir o cumprimento da meta de déficit primário zero, definida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. A legislação permite uma margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do PIB, o que representa um déficit de até R$ 31 bilhões.
Reajuste do Bolsa Família não está em discussão, afirma Haddad
O ministro também negou de forma categórica os rumores de que o governo planeja elevar o valor mínimo do Programa Bolsa Família para R$ 700 a partir de 2026. Segundo ele, não há qualquer solicitação formal do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para ampliar o orçamento do programa, nem estudos em andamento nesse sentido.
“Não tem demanda, estudo, pedido de orçamento para o MDS. Zero”, afirmou Haddad.
O ministro ainda destacou que não existe espaço fiscal disponível para aumentar recursos destinados a qualquer ministério no momento. Ele reforçou que todos os gastos previstos já estão dentro do teto orçamentário estabelecido, e que não há pressão por mais verbas por parte do MDS ou de outras pastas.
Discussão do Orçamento de 2026 ainda não começou
Haddad aproveitou para esclarecer que o Orçamento para o ano de 2026 ainda não está em pauta. A elaboração das projeções orçamentárias começará apenas entre o final de junho e o início de julho. Isso derruba as especulações sobre novas despesas ou ampliação de programas sociais.
“Você quer inventar um problema para ajudar o especulador a ganhar dinheiro? O problema não pode ser meu”, disse o ministro, ao criticar os boatos que vêm circulando no mercado.
Compromisso com a responsabilidade fiscal é prioridade
O foco do governo federal, segundo Haddad, é manter o compromisso com a responsabilidade fiscal. As medidas pontuais que serão apresentadas ao presidente Lula são parte do esforço para conter o crescimento da dívida pública e garantir um cenário mais previsível para investidores e para a sociedade brasileira.
A gestão da política econômica segue alinhada com o novo arcabouço fiscal aprovado em 2023, que visa substituir o antigo teto de gastos e estabelecer regras mais flexíveis, porém responsáveis, para o controle das contas públicas.
Com as declarações do ministro da Fazenda, o governo busca transmitir segurança e previsibilidade ao mercado e à população. Não há previsão de aumento de gastos sociais nem de medidas populistas, como foi especulado. O foco segue sendo o cumprimento da meta fiscal e a busca por soluções pontuais e eficazes para os desafios da economia brasileira.