Auditoria do TCU revelou falhas graves no pagamento BPC
O levantamento trouxe à tona dados preocupantes

Uma auditoria recente do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou falhas graves no pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), apontando que R$ 5 bilhões anuais estão sendo gastos indevidamente. O levantamento trouxe à tona dados preocupantes, como o fato de que 6,3% dos beneficiários não atendem aos critérios exigidos para o recebimento do benefício.
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A fiscalização do TCU avaliou as ações do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) no reconhecimento do direito ao BPC e na manutenção do benefício. O objetivo foi verificar a conformidade dos pagamentos e a eficácia dos controles adotados.
O que a auditoria constatou:
Beneficiários com renda acima do limite
A auditoria identificou que 6,3% dos beneficiários possuem renda familiar superior ao limite estabelecido por lei. Essas pessoas não deveriam ter o ao BPC, o que representa um desperdício de bilhões de reais anualmente.
Acúmulo indevido de benefícios
Mais de 6,7 mil pessoas estão recebendo o BPC de forma irregular, acumulando-o com outros benefícios sociais, como aposentadorias e auxílios. Essa prática é ilegal e compromete a distribuição justa dos recursos públicos.
Inconsistências nos dados cadastrais
O levantamento apontou diversas falhas nos registros dos beneficiários, incluindo:
- 12,6% com informações incorretas sobre a composição familiar;
- 15,9% com endereços divergentes dos registros oficiais;
- Cerca de 2,5 mil beneficiários falecidos que ainda constam na folha de pagamento;
- Mais de 31 mil registros com inconsistências diversas, dificultando a análise de elegibilidade.
Deliberação
O TCU determinou que o INSS adote, em até 180 dias, medidas para corrigir as irregularidades, incluindo a suspensão de pagamentos indevidos a beneficiários falecidos, aqueles sem F ativo ou com acúmulo ilegal de benefícios, conforme previsto na Lei 8.742/1993.
Além disso, recomendou que o MDS inclua, em suas pesquisas bienais, um recorte representativo dos beneficiários do BPC e realize estudos para aprimorar os critérios que definem a condição de miserabilidade do grupo familiar.